Muitas organizações já estão retomando o trabalho presencial. Isso está sendo motivado pelo avanço da vacinação e o relativo controle da crise sanitária em parte do mundo. E essa discussão vem acompanhada de um balanço sobre os benefícios do trabalho remoto, a produtividade e o engajamento do time no home office.
Afinal, teria sido essa uma experiência positiva para a maioria das organizações?
Neste artigo, temos uma breve discussão sobre o tema. Confira!
Um estudo realizado pela D2L Company revela que milhões de pessoas deverão migrar de ocupação até o ano de 2030. Estamos falando de quase 100 milhões de profissionais que terão suas carreiras afetadas pelas mudanças impostas pela pandemia. Mudanças essas que podem atingir um em cada 16 trabalhadores das principais economias globais.
Tais transformações se dão em função, principalmente, de tecnologias de e-commerce e delivery, da intensificação do uso de inteligência artificial, robôs e, claro, do trabalho remoto.
E quando falamos em mudanças, não se trata, necessariamente, da extinção de certas carreiras, mas sim da transformação de mentalidade e competências dos profissionais. Isso porque a ênfase da atuação estará cada vez menos relacionada à operação pura e simples, e mais ligada à capacidade de resolução de problemas.
Também figuram como novas exigências a flexibilidade e a adaptabilidade para trabalhar com posições remotas. Além disso, crescem as expectativas para que os profissionais saibam lidar bem com pressão ou mesmo prazos desafiadores. Somado a isso, ainda temos uma demanda por maior autonomia e capacidade de priorização.
Outro aspecto da maior importância é o chamado pensamento crítico, algo necessário para lidarmos com um cenário no qual as empresas gerenciam com uma verdadeira avalanche de dados, que se não forem tratados e sistematizados, são um grande desafio para garantir uma tomada de decisões assertiva.
Se por um lado houve uma reconfiguração das expectativas em torno da atuação dos profissionais em diversas áreas, também existe, da parte deles, novas demandas. O trabalho remoto, por exemplo, teve grande aceitação por funcionários dos mais variados perfis.
A pesquisa Gente em Perspectiva: Atratividade e Permanência nas Organizações, realizada pela Falconi em setembro de 2021 com mais de 500 respondentes de diversas organizações, traz conclusões que corroboram essa afirmação:
Nesse cenário, empresas que simplesmente impuserem um retorno integral às atividades de forma unilateral, sem negociação, certamente terão baixas em seus quadros. Sobretudo se pensarmos que a expectativa é de uma retomada da economia e consequente aumento das oportunidades de emprego.
Pensando nisso, é interessante promover algumas medidas voltadas à redução do turnover, tais como:
Há conclusões bem interessantes sobre a experiência do home office. Uma delas trata-se do levantamento realizado por uma empresa de tecnologia asiática. Este levantamento contou com a participação de 10.000 funcionários, e foi feito entre abril de 2019 e agosto de 2020.
A companhia utiliza um software instalado nos computadores dos seus colaboradores. Ele é responsável por rastrear programas ativos e se os funcionários estavam usando o teclado ou o mouse.
A pesquisa concluiu que os funcionários estavam trabalhando muito, chegando a 30% de horas trabalhadas a mais. Mesmo incluindo um aumento de 18% no trabalho fora do horário normal, isso não se refletiu em maior produtividade.
A partir de medições relacionadas ao volume de entregas por hora de trabalho, chegou-se à conclusões importantes. Notou-se que a produtividade no home office era 20% inferior à do trabalho presencial, com menos horas de foco durante um dia de trabalho. Isso se deu, em boa parte, ao tempo dedicado para a realização de reuniões.
Apesar dessa constatação, um levantamento da Pulses em 2020 mostrou que 78% dos brasileiros se sentem mais produtivos trabalhando remotamente, pois há redução do tempo com deslocamento, o que possibilita a inclusão de atividades particulares na rotina e maior tempo de dedição para a família.
A pesquisa indica que a produtividade no home office ainda está longe de ser a ideal. Mas é inegável que esse esquema de trabalho traz diversos benefícios para empresas e colaboradores.
Com o controle da pandemia e a possibilidade de adoção de um esquema de trabalho semipresencial, o esperado é que as organizações possam fazer ajustes na condução das atividades, garantindo a produtividade e o engajamento do time.
Para gestores inseridos nesse contexto em suas organizações, apresentamos quatro estratégias que devem ser levadas em consideração:
Uma das grandes dificuldades do trabalho remoto diz respeito à integração das equipes. A distância, muitas vezes, faz com que os colaboradores percam a referência das atividades desenvolvidas por outras equipes, trazendo certa dificuldade para o transcorrer de alguns processos.
Para contornar esse tipo de problema, é indispensável adotar algumas ferramentas de gestão como o Microsoft Planner, o Trello e o Asana.
Esses organizadores de tarefa permitem aos gestores distribuir as atividades e atribuir a elas prazos e responsáveis. Em um mesmo ambiente, todos os usuários conseguem visualizar essa divisão para compreender onde o seu próprio trabalho estará inserido. Dessa forma, todos passam a obter uma visão global dos processos.
Para quem não está habituado a uma rotina de trabalho remoto, a organização do próprio tempo pode ficar comprometida. Em casa, diversos fatores de distração podem acabar minando a produtividade do colaborador, que deve ficar atento a esses pontos.
Pensando nisso, a empresa deve ser a principal promotora de boas práticas de gestão do tempo. Cursos, palestras e cartilhas tratando do tema devem ser disponibilizados ao colaborador.
Além disso, é interessante avaliar experiências individuais na tentativa de oferecer ajuda para quem vem enfrentando problemas.
Um problema comum tem sido o excessivo número de reuniões promovidas pelos gestores. Devido à distância, esses profissionais acreditam ser necessário estreitar o contato com a equipe para avaliar constantemente o nível de sucesso das ações em curso.
No entanto, o excesso de reuniões pode transmitir a ideia de que o gestor deseja exercer um controle desproporcional sobre seus liderados, gerando um certo mal-estar junto à equipe.
Além disso, a frequência com que os encontros acontecem pode minar a produtividade dos colaboradores que, ao invés de cuidar de suas atribuições, dedicarão seu tempo e energia para cumprir essas agendas.
Para que isso não seja um problema, as lideranças da empresa devem estabelecer de forma clara as prioridades para o ano, alinhadas à estratégia da empresa. A partir daí, deve-se pactuar as entregas e os resultados com os times. É importante ser claro ao dimensionar as metas individuais e definir uma periodicidade razoável para as reuniões de acompanhamento, tornando esses encontros mais assertivos.
Cada empresa está inserida em uma realidade muito particular. Isso nos chama a atenção para a necessidade de se estabelecer métricas e promover avaliações periódicas dessa experiência no âmbito de seu negócio.
Em conversas com os líderes de cada equipe, é interessante mapear quais são os pontos de dificuldade para o gerenciamento dos processos durante o home office. A partir de um diagnóstico realizado em conjunto, será mais fácil identificar possíveis soluções.
Para muitas empresas, o regime de trabalho híbrido tem sido a escolha mais adequada. Dessa forma, alguns colaboradores permanecem em casa durante alguns dias enquanto trabalham presencialmente em outros. A partir dessa organização, o encaminhamento de demandas, cuja reunião presencial das equipes é imprescindível, passa a ser feita na sede da empresa nos dias designados para isso.
Depois de toda essa discussão sobre o trabalho remoto e o retorno ao trabalho presencial, queremos saber sua opinião sobre o assunto. Deixe suas impressões nos comentários!
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