Intraempreendedorismo: veja como fomentá-lo na média empresa

Intraempreendedorismo: veja como fomentá-lo na média empresa
Gestão
Tempo de leitura: 4 minutos
Última atualização: 30/09/2025

Na busca por inovação, retorno financeiro e crescimento no mercado, muitas empresas esquecem que têm à disposição dezenas ou até centenas de colaboradores. Esses profissionais podem ter ideias inéditas e surpreendentes. O intraempreendedorismo trata justamente disso: aproveitar e incentivar os talentos da própria organização para encontrar oportunidades de inovar. Além disso, fortalece o engajamento e a motivação da equipe.

O que é intraempreendedorismo?

Intraempreendedorismo é o ato de empreender dentro dos limites de uma organização já existente. Há muitos campos para isso: atuar em melhorias de processos internos, desenvolver produtos inéditos, elaborar novas soluções ou até criar iniciativas de negócio. Dessa forma, a empresa ganha competitividade e se mantém em constante evolução.

O ponto central do intraempreendedorismo é estimular os colaboradores a pensarem e agirem como empreendedores internos, valorizando o olhar individual e as ideias que surgem no ambiente da organização. Assim, a inovação deixa de ser pontual e passa a fazer parte da rotina.

modelo de remuneração variável

Qual a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo?

Para facilitar a compreensão, vamos imaginar duas situações parecidas, mas com desfechos diferentes. Nesse contexto, os exemplos a seguir ajudam a esclarecer a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo.

Empreendedorismo

Um colaborador de marketing da empresa “A” percebe que as ferramentas utilizadas são pouco intuitivas, o que gera atrasos e menor entrosamento entre os pares. Com essa informação, ele pede demissão e abre a empresa “B”. Então, moderniza e agiliza as ferramentas para solucionar a principal dor que identificou na “A”, transformando a dificuldade em diferencial competitivo.

Intraempreendedorismo

No mesmo cenário, outro colaborador encontra a mesma demanda, mas decide agir dentro da empresa “A”. Ele apresenta a ideia ao gestor, envolve a equipe e implementa melhorias. Como resultado, a empresa inova e todos ganham com o processo.

Assim, a organização consegue avançar e o colaborador se torna peça-chave na evolução. Em síntese, ambos colhem os frutos dessa parceria.

As bases do empreendedorismo e do intraempreendedorismo são as mesmas: observar riscos e oportunidades e desenvolver soluções. Porém, a diferença está no que o colaborador faz com sua visão: usá-la apenas para si ou colocá-la a serviço da organização. Em termos práticos, o segundo caminho tende a gerar um ganho duplo — para a empresa e para o profissional.

Autonomy, Mastery and Purpose

Daniel H. Pink, escritor que aborda temas como trabalho, gestão e ciência comportamental, apresentou em 2009 o livro “Drive – The Surprising Truth About What Motivates Us”. Nele, propõe um modelo motivacional baseado em três pilares: autonomia, maestria e propósito. Segundo o autor, equipes intrinsecamente motivadas são mais criativas e inovadoras.

  1. Autonomy (autonomia): os colaboradores assumem responsabilidades pelo próprio trabalho e desenvolvimento de habilidades;
  2. Mastery (maestria): recebem ferramentas para aprimorar continuamente suas competências;
  3. Purpose (propósito): usam suas habilidades para alcançar um propósito maior, como engajar-se em causas ambientais ou sociais.

Esses pilares são essenciais para o intraempreendedorismo. No entanto, não funcionam isoladamente. É preciso alinhá-los à cultura organizacional, disponibilizar recursos e manter a motivação em alta.

O intraempreendedorismo floresce em ambientes que valorizam o crescimento mútuo — da empresa e dos colaboradores. Além disso, exige autonomia combinada com colaboração e ferramentas adequadas.

Customer centricity

Cultura organizacional e intraempreendedorismo

A cultura organizacional é muito mais que burocracia: ela sustenta a performance do negócio. Por isso, clareza, empoderamento e flexibilidade no desenho organizacional são fundamentais. Colocar o intraempreendedorismo em prática não significa apenas abrir espaço para os colaboradores criarem; é, sobretudo, estruturar uma cultura que valorize autonomia, inovação e engajamento da equipe.

Sem uma cultura forte, definida e aplicada, dificilmente o intraempreendedorismo prospera.

Como estimular o intraempreendedorismo

Além dos três pilares citados, quatro fatores impulsionam esse movimento. Entre eles:

Tipos de intraempreendedorismo

De valor agregado

Nesse modelo, a inovação está ligada à atividade principal da empresa. Exemplo: uma fábrica de calçados cria melhorias diretas no processo de produção. Assim, gera valor e crescimento.

De “spin-off”

Aqui, a inovação vai além do core business. Novas ideias se transformam em projetos paralelos ou até novos negócios. Em alguns casos, a empresa realoca recursos para iniciativas diferentes. Em outros, usa o conhecimento acumulado para desenvolver novos produtos.

Importância nas médias empresas

Incentivar o intraempreendedorismo traz ganhos tanto para colaboradores quanto para empresas. Para os profissionais, significa mais satisfação, participação ativa e possibilidades de crescimento. Para a organização, gera inovação, engajamento e produtividade.

Em resumo, quando aliado à cultura organizacional, o intraempreendedorismo gera:

  • Oportunidades de negócios;
  • Aumento da produtividade;
  • Comunicação mais efetiva;
  • Inovação contínua;
  • Novas fontes de receita;
  • Crescimento sustentável.
ações de curto prazo

Exemplos de intraempreendedorismo de sucesso

Gmail, da Google

A Google se destaca pelo intraempreendedorismo de valor agregado. Como prática, destinava 20% da carga horária dos funcionários a projetos pessoais. Foi assim que Paul Buchheit criou o Gmail. Inicialmente usado internamente, tornou-se indispensável globalmente.

Playstation, da Sony

O Playstation é exemplo de intraempreendedorismo de “spin-off”. A Sony, antes focada em aparelhos de som, resistia a entrar no mercado de jogos. Ainda assim, Ken Kutaragi trabalhou em um chip de som para o videogame da Nintendo. Com o tempo, e com apoio de outro colaborador sênior, a ideia ganhou força e deu origem a uma das maiores marcas da história dos games.

Se você deseja fomentar o intraempreendedorismo na sua organização e se interessa por gestão e boas práticas, acompanhe a Mid by Falconi no LinkedIn e no Instagram.

--

Pronto para dar o próximo passo na gestão da sua empresa? Descubra como transformar boas ideias em resultados concretos. Fale com nossos especialistas.

Lucas Vieira

Lucas Vieira

Analista de Conteúdo na Mid, especialista em SEO e em transformar ideias complexas em narrativas que geram impacto real. Atua há mais de 6 anos na interseção entre criatividade, estratégia e performance, criando conteúdos que ajudam líderes e empresas a crescer com clareza e propósito.

Confira Também
Seja atendido
por WhatsApp
Fale
conosco
E transforme o futuro da sua empresa!

Preencha o formulário e fale com um dos nossos consultores experientes. Estamos aqui para entender suas necessidades e oferecer soluções feitas sob medida para o seu negócio.

Clique para preencher o formulário