Intraempreendedorismo: veja como fomentá-lo na média empresa
Na busca por inovação, retorno financeiro e crescimento no mercado, muitas empresas esquecem que têm à disposição dezenas ou até centenas de colaboradores. Esses profissionais podem ter ideias inéditas e surpreendentes. O intraempreendedorismo trata justamente disso: aproveitar e incentivar os talentos da própria organização para encontrar oportunidades de inovar. Além disso, fortalece o engajamento e a motivação da equipe.
O que é intraempreendedorismo?
Intraempreendedorismo é o ato de empreender dentro dos limites de uma organização já existente. Há muitos campos para isso: atuar em melhorias de processos internos, desenvolver produtos inéditos, elaborar novas soluções ou até criar iniciativas de negócio. Dessa forma, a empresa ganha competitividade e se mantém em constante evolução.
O ponto central do intraempreendedorismo é estimular os colaboradores a pensarem e agirem como empreendedores internos, valorizando o olhar individual e as ideias que surgem no ambiente da organização. Assim, a inovação deixa de ser pontual e passa a fazer parte da rotina.

Qual a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo?
Para facilitar a compreensão, vamos imaginar duas situações parecidas, mas com desfechos diferentes. Nesse contexto, os exemplos a seguir ajudam a esclarecer a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo.
Empreendedorismo
Um colaborador de marketing da empresa “A” percebe que as ferramentas utilizadas são pouco intuitivas, o que gera atrasos e menor entrosamento entre os pares. Com essa informação, ele pede demissão e abre a empresa “B”. Então, moderniza e agiliza as ferramentas para solucionar a principal dor que identificou na “A”, transformando a dificuldade em diferencial competitivo.
Intraempreendedorismo
No mesmo cenário, outro colaborador encontra a mesma demanda, mas decide agir dentro da empresa “A”. Ele apresenta a ideia ao gestor, envolve a equipe e implementa melhorias. Como resultado, a empresa inova e todos ganham com o processo.
Assim, a organização consegue avançar e o colaborador se torna peça-chave na evolução. Em síntese, ambos colhem os frutos dessa parceria.
As bases do empreendedorismo e do intraempreendedorismo são as mesmas: observar riscos e oportunidades e desenvolver soluções. Porém, a diferença está no que o colaborador faz com sua visão: usá-la apenas para si ou colocá-la a serviço da organização. Em termos práticos, o segundo caminho tende a gerar um ganho duplo — para a empresa e para o profissional.
Autonomy, Mastery and Purpose
Daniel H. Pink, escritor que aborda temas como trabalho, gestão e ciência comportamental, apresentou em 2009 o livro “Drive – The Surprising Truth About What Motivates Us”. Nele, propõe um modelo motivacional baseado em três pilares: autonomia, maestria e propósito. Segundo o autor, equipes intrinsecamente motivadas são mais criativas e inovadoras.
- Autonomy (autonomia): os colaboradores assumem responsabilidades pelo próprio trabalho e desenvolvimento de habilidades;
- Mastery (maestria): recebem ferramentas para aprimorar continuamente suas competências;
- Purpose (propósito): usam suas habilidades para alcançar um propósito maior, como engajar-se em causas ambientais ou sociais.
Esses pilares são essenciais para o intraempreendedorismo. No entanto, não funcionam isoladamente. É preciso alinhá-los à cultura organizacional, disponibilizar recursos e manter a motivação em alta.
O intraempreendedorismo floresce em ambientes que valorizam o crescimento mútuo — da empresa e dos colaboradores. Além disso, exige autonomia combinada com colaboração e ferramentas adequadas.

Cultura organizacional e intraempreendedorismo
A cultura organizacional é muito mais que burocracia: ela sustenta a performance do negócio. Por isso, clareza, empoderamento e flexibilidade no desenho organizacional são fundamentais. Colocar o intraempreendedorismo em prática não significa apenas abrir espaço para os colaboradores criarem; é, sobretudo, estruturar uma cultura que valorize autonomia, inovação e engajamento da equipe.
Sem uma cultura forte, definida e aplicada, dificilmente o intraempreendedorismo prospera.
Como estimular o intraempreendedorismo
Além dos três pilares citados, quatro fatores impulsionam esse movimento. Entre eles:
- Construir uma cultura de inovação;
- Capacitar constantemente os colaboradores;
- Promover geração e troca de ideias;
- Desenvolver lideranças motivadoras.
Tipos de intraempreendedorismo
De valor agregado
Nesse modelo, a inovação está ligada à atividade principal da empresa. Exemplo: uma fábrica de calçados cria melhorias diretas no processo de produção. Assim, gera valor e crescimento.
De “spin-off”
Aqui, a inovação vai além do core business. Novas ideias se transformam em projetos paralelos ou até novos negócios. Em alguns casos, a empresa realoca recursos para iniciativas diferentes. Em outros, usa o conhecimento acumulado para desenvolver novos produtos.
Importância nas médias empresas
Incentivar o intraempreendedorismo traz ganhos tanto para colaboradores quanto para empresas. Para os profissionais, significa mais satisfação, participação ativa e possibilidades de crescimento. Para a organização, gera inovação, engajamento e produtividade.
Em resumo, quando aliado à cultura organizacional, o intraempreendedorismo gera:
- Oportunidades de negócios;
- Aumento da produtividade;
- Comunicação mais efetiva;
- Inovação contínua;
- Novas fontes de receita;
- Crescimento sustentável.

Exemplos de intraempreendedorismo de sucesso
Gmail, da Google
A Google se destaca pelo intraempreendedorismo de valor agregado. Como prática, destinava 20% da carga horária dos funcionários a projetos pessoais. Foi assim que Paul Buchheit criou o Gmail. Inicialmente usado internamente, tornou-se indispensável globalmente.
Playstation, da Sony
O Playstation é exemplo de intraempreendedorismo de “spin-off”. A Sony, antes focada em aparelhos de som, resistia a entrar no mercado de jogos. Ainda assim, Ken Kutaragi trabalhou em um chip de som para o videogame da Nintendo. Com o tempo, e com apoio de outro colaborador sênior, a ideia ganhou força e deu origem a uma das maiores marcas da história dos games.
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