Como uma forma de incentivar a criatividade e a colaboração entre todos os setores do negócio, para entregar continuamente valor aos seus clientes, a cultura de inovação pode ser o diferencial que garanta a competitividade e sobrevivência da empresa. Apesar do termo inovação estar bastante associado à criação de novos produtos ou a utilização de novas tecnologias, ela pode também surgir por meio de mudanças simples nos incentivos e processos atuais da empresa. Quer entender um pouco mais sobre o tema? Confira aqui neste artigo.
A cultura de inovação é uma maneira de identificar e implantar continuamente novas formas de geração de valor para seus clientes internos e externos. É algo que vai muito além de apenas ter boas e novas ideias. Trata-se de um pensamento questionador e voltado à solução de problemas em todas as áreas da empresa. Inovar é conseguir enxergar e colocar em prática novas formas de atender as necessidades dos consumidores, aumentar a eficiência dos processos organizacionais ou criar e acelerar novos modelos de negócio.
Ter uma cultura de inovação bem projetada e em perfeito funcionamento é um enorme diferencial competitivo, capaz de manter a organização à frente da concorrência, garantindo sua sobrevivência e seu crescimento.
Para as médias empresas, a cultura de inovação é uma arma poderosa para conseguirem competir com os grandes players.
Com as mudanças cada vez mais rápidas e intensas no comportamento do consumidor, nas tecnologias e conhecimentos disponíveis, somente as empresas atentas a esses movimentos e ágeis para implementar as oportunidades por eles geradas, conseguirão garantir a fidelidade dos seus clientes e seu sucesso.
Até aqui mostramos que a cultura de inovação é uma metodologia essencial para garantir a sobrevivência de uma organização. Ela pode trazer uma série de benefícios para seus clientes e para os processos internos da empresa. Confira alguns deles:
Implementar e desenvolver uma cultura de inovação pode parecer bastante desafiador e muitas dúvidas surgem antes de se iniciar essa caminhada: será necessário um alto investimento? Precisaremos trazer novas tecnologias? Teremos que contratar especialistas? Por onde começar?
De fato, é um caminho de incertezas, de erros e acertos e principalmente muito aprendizado. Não existe uma receita pronta ou um caminho comum. No entanto, dar os primeiros passos normalmente é mais simples do que parece. Exige mais disciplina do que criatividade ou recursos financeiros disponíveis.
Algumas dicas podem te ajudar no início dessa jornada e na organização desse processo, que deve ser contínuo, permeando todas as áreas da empresa.
Qualquer processo de inovação precisa começar pelo cliente, externo ou interno. Entender quem é seu cliente, quais suas principais dores e problemas é um passo essencial, muitas vezes negligenciado. Antes de pensar em como melhorar seus produtos e serviços, dedique um bom tempo entendendo a fundo qual problema do seu cliente você quer resolver. Qual é o “job-to-be-done”?
Entenda como esse problema impacta a vida ou o negócio do seu cliente, que soluções ele vem tentando implantar e por que elas ainda não resolveram suas dores principais. Converse com seus clientes, faça pesquisas. Nessa etapa, técnicas ou ferramentas de Design Thinking, Jornada do Cliente ou Behaviour e Desk Research podem te ajudar.
Estude a concorrência, seus produtos e serviços, sua proposta de valor. Entenda as tendências do seu mercado e como você pode se posicionar de forma diferenciada. Lembre que seus concorrentes podem não mais estar no mesmo segmento de mercado que o seu, mas, por outros canais, podem disputar contigo o mesmo cliente.
Tendo levantado todas as informações sobre as principais dores e necessidades dos clientes, o próximo passo é gerar ideias de soluções para esses problemas. Para isso, convoque pessoas de diferentes áreas, com distintas experiências, expertises e visões do negócio. Traga também pessoas de fora que possam contribuir.
Antes de iniciar essa dinâmica, é fundamental dar a visão de onde a empresa quer chegar com aquele trabalho e por que a participação de cada um é importante. Tente traduzir essa visão em objetivos tangíveis, na forma de indicadores, como por exemplo “Aumentar em 30% a nota da próxima pesquisa de satisfação do cliente”, ou “incrementar em 20% a participação de novos produtos na receita do próximo bimestre”. O time precisa entender o porquê de estarem ali e como poderão contribuir.
Antes da geração de ideias, compartilhe com a equipe todo o material levantado no passo anterior. Discuta os principais aprendizados e na sequência deixe cada um do time registrar suas ideias. Técnicas de Brainstorming como a Crazy-8 podem te ajudar a conduzir esse processo. Ao final, organize todas as ideias por afinidade e deixe cada um explicar com mais detalhe aquelas que geraram alguma tipo de dúvida ou questionamento.
Com todas as ideias já organizadas, realize com o time uma priorização, baseada por exemplo no que pode ser testado com o menor consumo de tempo e dinheiro possível, ao mesmo tempo com potencial de gerar um alto valor para o cliente. Para a ideia mais votada pelo time, elaborem o que poderia ser um protótipo dessa solução, o que chamamos de MVP. Ele não é um produto pronto, mas pode ser rapidamente construído e já tem a capacidade de gerar valor para o cliente em algum tipo de teste ou experimentação. O objetivo do MVP é validar se a solução consegue resolver a dor mapeada de uma forma inovadora. Por isso registre todas as hipóteses que vocês consideram importantes serem validadas pelo MVP. Por exemplo: “o cliente vai gastar no máximo 10 segundos de interação na tela inicial”, “o cliente vai entender como utilizar o produto sem nenhum tipo de treinamento”, ou “o cliente estaria disposto a pagar por esse tipo de solução”. O protótipo da solução terá como objetivo responder a essas dúvidas ou incertezas. Crie métricas que te auxiliem a mensurar a comprovação dessas hipóteses.
Rode o MVP simulando um caso real de aplicação da solução. Experimentos A/B ou Smoke Tests podem te ajudar nessa etapa. Observe e, se possível, registre toda a interação do seu cliente com a solução. Ao final do experimento, colete feedbacks. O que funcionou como esperávamos? O que não funcionou? O que o cliente achou difícil ou não entendeu? Quais hipóteses ainda permaneceram abertas? Registre todos os dados e informações coletadas e, com base neles, ajuste o protótipo para um novo ciclo de teste, feedback e ajuste. De acordo com o resultado das métricas de comprovação das hipóteses levantadas, você saberá se a solução testada é promissora ou não. Se os resultados forem bons, você terá um bom projeto para investir. Caso não tenham sido satisfatórios, anote e compartilhe os aprendizados e selecione a próxima ideia na lista de priorização para realizar outro experimento.
Esse fluxo que inicia na observação e mapeamento das dores do cliente até o teste de soluções e coleta de feedbacks, se aplicado de forma contínua, abrangente, rápida e com resultados significativos, caracteriza a cultura de inovação. Por isso, deve-se garantir, por meio da implantação de um processo claro e simples, que esse fluxo esteja ocorrendo como esperado.
Por mais que seja essencialmente um processo colaborativo, com a participação e protagonismo de diversas áreas, o papel da liderança é fundamental. Ela tem a responsabilidade de comunicar claramente a visão da empresa e, por meio de incentivos e alinhamentos bem definidos, garantir que cada área da empresa entenda como poderá contribuir para essa visão. Essa clareza do propósito será o norte de qualquer processo de inovação, para o qual cada um na organização se sentirá motivado e engajado para contribuir.
A coleta de feedbacks e a observação contínua e detalhada do cliente deve também ser uma atividade constante e de responsabilidade de todos, não somente da área de Marketing ou de Desenvolvimento de Produtos. Todas as áreas devem tomar suas decisões baseadas também no impacto que elas terão na experiência do cliente final. Por isso, quanto menos silos e mais integradas as áreas estiverem, mais próximas estarão também da “voz do cliente”. Squads multidisciplinares são uma boa forma de quebrar esses silos e dar mais agilidade na tomada de decisão. Quando são realmente multidisciplinares, embarcam no mesmo time diversos representantes das áreas internas e conseguem assim reduzir a distância entre os clientes internos e o cliente final.
Uma outra boa prática é criar um Comitê, ou ao menos um espaço na agenda da diretoria, para avaliar o fluxo das novas ideias dentro do processo de inovação. Nesse Comitê os diretores devem agir mais como investidores e menos como diretores, abandonando o modelo Comando e Controle e dando mais liberdade para o time explorar, errar e aprender dentro da jornada.
Reservar um valor específico no orçamento para investimento nas ideias mais promissoras também é uma boa prática. Como vimos, se bem implantado, os experimentos com MVPs não consomem tantos recursos, ajudando justamente a diminuir o risco de se investir alto em ideias com baixo potencial de retorno.
Para aumentar o potencial de impacto das novas ideias geradas pelo time, é fundamental a empresa estar aberta e atenta às novas tecnologias que surgem numa frequência e intensidade cada vez maiores. Estimule as equipes a participarem de eventos, treinamentos, congressos, meetups, comunidades. Compartilhe seus problemas e oportunidades para startups. Elas precisam de clientes para testar suas soluções. Busque parcerias com empresas de tecnologia. Programas de Open Innovation podem abrir essas portas para sua empresa. Esteja sempre atento ao que o mercado pode oferecer. Não se esqueça que a inovação pode ser aplicada também a seus processos internos, para aumentar a produtividade ou velocidade do seu negócio. Muitas vezes a solução que você precisa já pode ter sido implantada por alguém em algum lugar do mundo.
À medida que você avançar nesse processo, certamente vai se deparar com algumas oportunidades de mudanças ainda mais significativas do seu negócio, como a criação de novos produtos e serviços ou a entrada em novos mercados. Se o seu segmento estiver em forte transformação, cogite seriamente estudar como utilizar seus ativos atuais, aquilo que pode te diferenciar da concorrência, para criar algo realmente novo, que traga por exemplo uma nova fonte de receita para o seu negócio.
Fica claro até aqui que, por se tratar também de um processo de mudança cultural, somente técnicas e ferramentas não serão capazes de garantir seu sucesso. A inovação estará realmente presente quando for um hábito das equipes. Quando a liberdade e segurança em questionar e gerar ideias, ou de priorizar e se preocupar continuamente com a satisfação do cliente já estiverem presentes nos valores e nas decisões tomadas todos os dias na empresa.
Para começar essa jornada, buscar pessoas realmente motivadas pelo Propósito e Visão, e que apresentem com mais consistência algumas das características abaixo, para serem multiplicadores desse processo pode ser uma boa alternativa:
E aí, está pronto para implementar a cultura de inovação no seu negócio? Aproveite para assinar nossa newsletter e acompanhar mais dicas como esta, que podem ajudar no sucesso da sua organização.
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