Independente do motivo — seja um imprevisto, falta de planejamento ou impulsividade —, não é raro que os empresários, em algum momento, percam o controle do fluxo de caixa da companhia. É nesse momento que surge a importância de realizar a renegociação de dívida.
O assunto é delicado, mas relevante. Empresas que possuem dívidas grandes e prejuízos podem encontrar dificuldades de manter as atividades. Inclusive, muitas podem entrar em processo de falência.
Por isso, trouxemos no conteúdo a seguir os benefícios da renegociação da dívida. Também, algumas formas de retomar o controle das finanças, mesmo com dívidas ativas.
O ponto mais importante de se destacar nesse momento é que a renegociação da dívida permite que o valor devido não seja maior no futuro. Assim, se evita, consequentemente, que se torne mais difícil de ser paga no futuro. Quanto mais prejuízos a empresa acumula, mais difícil fica garantir a continuidade no mercado.
A renegociação de dívidas, portanto, ajuda a paralisar esse processo. Mais do que isso, ela é uma das melhores alternativas para manter a saúde financeira das empresas. Essa atitude, aliás, ajuda a organização a aumentar sua credibilidade diante do mercado. Já que empresas que atrasam pagamentos constantemente tendem a ter maiores dificuldades no acesso ao crédito e para a aquisição de novos produtos.
É sempre válido lembrar também o quanto o aspecto financeiro é importante para as empresas. É por meio dele que as companhias conseguem manter suas atividades.
Ainda não temos uma resposta exata sobre quando é o momento perfeito para a renegociação de dívida. Ou seja, um período que seja válido para todas as empresas e todas as situações. Entretanto, é recomendado que isso seja feito assim que o primeiro contrato atrasar.
Para isso, é importante lembrar que, para a renegociação da dívida é necessário uma situação financeira favorável do fluxo de caixa. Assim como no caso de fazer uma reforma ou comprar novos maquinários. Então, caso a empresa não tenha condições de pagar as parcelas da negociação, sem comprometer o caixa e gerar novas despesas, é melhor esperar por outro momento.
Outro ponto importante para decidir qual é o melhor momento de renegociar a dívida é avaliar quais épocas costumam ter despesas naturalmente mais altas. Além de evitar épocas em que são pagos mais impostos jurídicos, por exemplo. Com o efeito dos juros compostos, as dívidas crescem mais rápido. Com isso, fica mais difícil pagá-las ou chegar a um acordo.
Ignorar a inadimplência não irá ajudar a empresa a se livrar da situação. Assim como não considerar isso um problema real, não fará com que isso não se repita.
Portanto, é essencial entender as raízes e os motivos que levam a empresa ao endividamento, bem como desenvolver uma estratégia eficaz para recuperar o crédito de maneira assertiva.
Confira, então, os quatro principais motivos que levam as empresas a se endividar:
O cenário econômico brasileiro, especialmente com a pandemia do Covid-19, é um fator preponderante para o endividamento de muitas empresas. O desemprego da população afeta as vendas, que reduziram drasticamente em diversos setores. Consequentemente, prejudicam a lucratividade dos negócios de maneira geral.
Além das questões econômicas, problemas operacionais também contribuem para que uma empresa passe por dificuldades financeiras e pare de pagar suas contas em dia. Uma greve de caminhoneiros ou o atraso de entrega de um fornecedor essencial são exemplos para alguns setores.
Os casos citados, mesmo que pontuais e esporádicos, afetam o fluxo de produção da empresa de maneira geral. Com isso, caso não exista produção, não há venda. Portanto, não haverá dinheiro em caixa para quitar os débitos.
Outros fatores que contribuem para a inadimplência das empresas são a falta de controle e de gestão financeira. Inclusive, não são raras as empresas que possuem dificuldades para organizar a área financeira e operar de forma saudável.
De maneira geral, pequenas e médias empresas costumam misturar as despesas pessoais dos sócios com as do próprio negócio, assim como há dificuldade no cuidado do fluxo de caixa. Outros pontos de atenção são o estoque desequilibrado e a contratação de muitas linhas de crédito. Estas, geralmente com o objetivo de suprir buracos do orçamento.
O quarto, e último motivo, está relacionado com a competitividade dos negócios diante do mercado. Empresas que oferecem um produto inferior aos seus clientes não conseguem fidelizá-los. Consequentemente, não conquistam uma boa reputação.
Com isso, ao ter dificuldade de atrair e conquistar clientes, o empresário não consegue investir em melhorias. Por exemplo, apostar em técnicas de marketing. Isso afeta a capacidade de crescimento da empresa, criando um cenário perfeito para o desequilíbrio financeiro.
Quando feito com o planejamento adequado, o processo de renegociação de dívida é positivo para as empresas. Para isso, separamos quatro principais dicas para seguir nesse momento.
Antes de tomar qualquer atitude: se organize! Ou seja, monte uma lista com todas as possíveis dívidas relacionadas à empresa. Entenda quais valores devem ser pagos. Caso necessário, é importante ligar para os credores para ter ciência se os valores foram atualizados ou não.
A partir disso, é importante ter em mãos duas informações: o faturamento mensal da empresa e os gastos fixos dela. Inclusive, essa é uma informação essencial para se ter conhecimento mesmo quando não se está endividado. Com elas, é possível saber quanto entra e quanto sai do caixa todos os meses.
Com o acesso às informações citadas anteriormente, é possível descobrir quanto do orçamento estará disponível para ser usado na renegociação da dívida. A partir disso, é importante definir um valor limite do quanto a empresa vai usar no pagamento das dívidas.
É válido lembrar que imprevistos sempre podem acontecer – conforme falamos no início do artigo. Então, é preciso lembrar de não comprometer todo o dinheiro disponível para a renegociação de dívida. Por isso, a importância da definição de um limite.
Caso não seja possível sanar todas as dívidas de uma vez ou não seja possível fazer acordos para todas elas, o recomendado é priorizar as dívidas mais altas primeiro. Ou seja, avaliar as dívidas que retêm as maiores taxas de juros.
Por último, é importante entrar em contato com os credores e avaliar a renegociação de dívida. Mas vale lembrar que isso não significa aceitar o primeiro acordo que for oferecido, mas sim, obter informações importantes com a empresa e avaliar se a proposta vale a pena. E mais importante: se ela poderá ser cumprida.
Após entender todos os termos da negociação, se não estiver satisfeito, é possível solicitar a proposta por escrito para avaliar com mais calma e com o apoio de outros gestores da empresa.
Por fim, além das situações citadas anteriormente para a renegociação das dívidas, ainda é possível que a empresa avalie a portabilidade de crédito. Isso acontece quando a empresa decide, por exemplo, transferir uma dívida de um fornecedor ou instituição financeira para outro banco, a partir da identificação de uma oportunidade de reduzir o saldo devedor e ter melhores condições de pagamento.
Nessa situação, a instituição em que existe o valor a ser pago só deve fazer o processo se o prazo para o pagamento for menor que o valor inicial. Em outras palavras, é necessário que o cliente já tenha pago algumas parcelas do que deve e não haja tanto tempo restante para quitar a dívida.
Para que esse processo aconteça, a empresa precisa ir em busca da instituição que a interessa. A partir do primeiro contato, será feita a análise, podendo aceitar ou negar a portabilidade.
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