O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), em sua análise mais recente, afirma que o crescimento da média empresa brasileira deve desacelerar em 2023. O estudo considera o cenário pós-pandemia, a elevação dos juros pelo Banco Central e os efeitos da eleição presidencial.
Esse conjunto interno somado ao cenário internacional torna o ambiente ainda mais desafiador. Os efeitos da guerra na Ucrânia, por exemplo, já são sentidos na rotina das empresas do Brasil desde que o conflito começou. No entanto, a movimentação financeira das organizações de médio porte pode apresentar melhorias caso a inflação desacelere e a trajetória da Selic seja alterada. Enquanto isso não acontece, o que fazer?
Uma das recomendações ao empreendedor é a aposta em novas tecnologias e o domínio de ferramentas que facilitem o trabalho híbrido. Saiba mais sobre isso e entenda melhor os desafios deste ano no artigo a seguir. Vamos lá?
Para vender produtos e serviços e melhorar a gestão dos processos, a média empresa precisa investir em novas tecnologias. Essa ação garante o fortalecimento da marca e maior faturamento a curto e a médio prazo.
Entre os principais motivadores para o investimento em tecnologia, podemos citar o aumento da produtividade (62%), da agilidade dos negócios (60%) e da segurança dos dados (54%).
No entanto, para que essas ações tenham ainda mais efeito, é preciso controlar a inadimplência. Segundo pesquisa da Serasa Experian, 21% das empresas estão com as contas de energia, água, telefone e internet atrasadas.
A inadimplência de clientes também cresceu. Para evitá-la, as empresas precisam investir em tecnologias que monitorem o comportamento dos consumidores. Também precisam criar ações que ajudem na fidelização dos clientes.
Apesar das dificuldades, ainda de acordo com o estudo da Serasa Experian, 57% das empresas acreditam que os negócios voltarão a se expandir em 2023. Já 24% afirmam que a retomada já aconteceu apesar das dificuldades impostas pelo cenário econômico mundial e pela dificuldade em conseguir crédito.
O Banco Central manteve a Selic, taxa básica de juros, em 13,75%, uma forma de frear o ciclo de alta da inflação. O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a tomar essa iniciativa.
O aperto monetário se iniciou em 2021, quando a Selic estava em 2%. A ação visa evitar riscos fiscais, corroborados pelo rombo das contas federais devido ao pagamento dos auxílios durante a pandemia. A conta deve ultrapassar R$ 200 bilhões com a renovação do Bolsa Família, Vale Gás e demais benefícios temporários.
Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) esperado para 2023 caiu para 5,31%. Para 2024, a expectativa é de 3,65%, mais próximo da meta de 3%.
Tanto os insumos quanto o custo operacional do setor agrícola subiram muito com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Os herbicidas, por exemplo, tiveram alta de 24% e os fertilizantes, de 89%. Além disso, os derivados do milho subiram 49%. O aumento foi causado, principalmente, pela alta de 117% nos fertilizantes.
Com medo de uma eventual escassez, o setor passou a importar mais insumos. Só entre os primeiros meses de 2022, o volume importado foi 44% superior ao mesmo período de 2021. Com o final do conflito, ainda sem previsão, espera-se que os preços voltem ao patamar original em alguns meses.
A média empresa que opera no setor pecuário também foi impactada. O preço da ração animal elevou o custo da pecuária de corte. Na cria, o valor foi de 51,7%, na engorda e na recria de 72,2% e no confinamento 76%.
Já na avicultura, o impacto do aumento dos insumos foi de 79%, e na suinocultura, de 74%. O efeito do preço da ração na venda do frango inteiro foi de alta de 16%, mesmo assim, o setor foi beneficiado com o encarecimento da carne bovina.
Algumas empresas exportadoras experimentaram uma melhoria. O trigo, assim como as demais commodities agrícolas, teve forte valorização desde o início da guerra. Caso o conflito se prolongue, os preços devem continuar subindo nos próximos anos.
No entanto, mesmo após o término, o efeito do fechamento dos portos ucranianos será sentido por um longo tempo. Isso é resultado da quebra da cadeia logística e da demora na sua reestruturação.
Outro desafio para a média empresa diz respeito às equipes de trabalho. Isso porque gerenciar uma equipe híbrida é mais difícil que uma 100% remota.
De fato, aprovar projetos e cuidar da estrutura com equipes dentro e fora do escritório é altamente complexo. No entanto, uma média empresa precisa saber como lidar com essa realidade já que muitos colaboradores optaram por não voltar ao trabalho presencial.
O primeiro passo para ter sucesso nessa empreitada é criar as mesmas oportunidades para quem está dentro e para quem está fora do escritório. Ou seja, todos devem ter acesso aos mesmos benefícios e promoções, o que é um grande desafio para os gestores.
Para evitar privilegiar o trabalho presencial é fundamental tomar decisões exclusivamente no ambiente digital. Mesmo que alguns projetos tenham início no escritório, todas as etapas devem ser descritas na plataforma usada para comunicação. Assim, todos os colaboradores poderão contribuir e dar sugestões sobre os temas tratados.
Ou seja, o ambiente digital deve ser a ferramenta padrão de comunicação usada pelos gestores e colaboradores da empresa. Isso garantirá que toda a equipe se mantenha atualizada e evitará que decisões importantes sejam tomadas sem o aval de toda a equipe.
Outro ponto importante no gerenciamento do trabalho híbrido é focar no resultado e não nas horas trabalhadas. Considerar apenas as horas dedicadas a um projeto não faz sentido no trabalho remoto já que esse sistema pressupõe maior liberdade de ação.
Assim, o ideal é buscar mecanismos para mensurar resultados e garantir que todos se dediquem para alcançá-los sem se preocupar com o horário no qual as ações são executadas pela equipe.
Por fim, é interessante utilizar a comunicação assíncrona ou não-simultânea. O modelo permite que os colaboradores acessem as mesmas informações sem falhas ou atropelamentos.
A comunicação assíncrona elimina a necessidade de resposta imediata, o que deixa os colaboradores ansiosos e estressados. Ou seja, grupos de trabalho do WhatsApp devem ser evitados sempre que possível. A ferramenta tira o foco, dispersa a atenção. Além disso, pode gerar desentendimentos.
Quais ferramentas utilizar? O Slack ou o Basecamp, por exemplo, são mais adequadas, uma vez que focam em projetos e no gerenciamento de equipes remotas. Esse é um passo fundamental para melhorar a gestão e integrar equipes híbridas.
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