É muito importante estar orientado por dados confiáveis e sólidos em uma empresa. Tanto durante sua gestão quanto no momento de avaliar os ativos que estão por trás dela. Para isso, é necessário contar com bons indicadores financeiros. É o caso da margem bruta.
Os indicadores financeiros possibilitam a visualização da estratégia dos gestores aplicadas na operação. Por meio deles, inclusive, as tomadas de decisão pelos gestores que buscam aprimorar os resultados operacionais se tornam mais simplificada.
A mesma importância está em relação a novos e atuais acionistas de uma empresa. A partir do momento que eles sabem a verdadeira realidade financeira de uma organização, se tem mais informações para decidir por investir com segurança.
Primeiramente, podemos afirmar que a margem bruta é um importante indicador financeiro. Ele é usado para mostrar qual o percentual de rentabilidade que uma organização possui. Ou seja, atua sobre as vendas dos seus serviços e/ou produtos.
A margem bruta é essencial para compreender qual o nível de sustentabilidade. Também, para saber qual a capacidade de crescimento da empresa.
Inclusive, vale destacar que a margem bruta é um parâmetro bastante diferente do lucro. Ela mostra o percentual de ganho em cima do que está sendo comercializado. Enquanto a porcentagem de lucro demonstra o valor do que é ganho.
Para calcularmos a Margem Bruta, podemos utilizar a fórmula a seguir:
Margem Bruta (%) = Lucro Bruto (R$) / Receita (R$)
Onde podemos compreender que
Para que o cálculo fique mais claro, acompanhe o exemplo a seguir. Uma empresa de cosméticos fatura atualmente R$ 50.000 com a comercialização dos seus produtos. Entretanto, é necessário realizar alguns gastos. São eles:
Com isso, temos o seguinte cálculo:
Lucro bruto = 50.000 – (6.000 + 15.000 + 2.000 + 7.000)
Lucro bruto = 20.000
Margem bruta = (20.000 ÷ 50.000) × 100
Margem bruta = 40%
Entretanto, há ainda um diferencial no cálculo de margem bruta para empresas SaaS – aquelas que oferecem aos clientes a facilidade de usar aplicativos pela internet, como um serviço. Como esse modelo de negócio apresenta um funcionamento específico, visto que oferece softwares por meio de recorrência, é apresentada uma nova forma de fazer o cálculo.
No cálculo de margem bruta de empresas SaaS são descontados os custos de quatro departamentos dos lucros. Entre eles estão:
No caso do dev ops é considerado o valor da hospedagem do software, royalties e as despesas fixas ou não relacionadas à revenda desses produtos. Vale lembrar que o cálculo precisa ser adaptado à realidade de cada empresa.
Portanto, caso não exista determinado setor, esse valor não deve ser incluído no cálculo. Sendo assim, a fórmula da margem bruta continua sendo a mesma. O que é alterado é a origem dos valores que são descontados da receita para obter o valor do lucro bruto.
A margem bruta pode ser usada para avaliar as tendências ao longo de certo período. Uma forma de uso, inclusive, é como um método para realizar a comparação com outros negócios parecidos. Ou seja, ela é útil para que a gestão consiga avaliar se o movimento dos lucros segue acompanhando o fluxo do setor.
Quando relacionada à tomada de decisões dos investimentos, a margem bruta pode ser uma ferramenta essencial para análise. Isso acontece em conjunto com os índices de Preço/Lucro e liquidez, por exemplo. Ou então dos fluxos de caixa descontados.
Ainda vale destacar que a margem bruta é uma ótima maneira de avaliar se um empreendimento é lucrativo ou não. Caso ela apresente um percentual negativo, significa que é impossível cobrir os restantes dos custos administrativos da empresa.
Neste momento, pode surgir esta dúvida. Diante de tantos fatores, qual seria o percentual ideal de margem bruta? A resposta é depende!
Não é possível citar um percentual ideal genérico para a margem bruta. Há muitas variáveis que impactam no que pode ser considerado o “percentual ideal” para cada empresa.
O mercado, o porte da empresa, o perfil dos consumidores e muitos outros fatores acabam afetando a margem que cada negócio pode ter. Portanto, o melhor caminho para a gestão empresarials é pesquisar pelo percentual médio no mercado no qual está inserida a empresa. Com isso, é possível definir uma meta de margem bruta a ser alcançada.
Vale lembrar também que outros pontos podem interferir na definição do percentual ideal. Os objetivos e as estratégias internas de cada empresa são um bom exemplo disso. Essas questões fazem com que o valor “ideal” seja maior ou menor que o valor médio percentual do mercado.
De maneira geral, podemos afirmar que a margem bruta é importante porque auxilia no gerenciamento das estratégias e dos objetivos de uma empresa. Portanto, se uma organização tem um planejamento estratégico que foi estruturado para ter metas de margem para cada um dos produtos ou serviços ofertados, isso significa que há uma espécie de guia para decidir pelas estratégias que serão usadas na comercialização.
Sendo assim, o acompanhamento da margem bruta esclarece se as táticas utilizadas estão apresentando os resultados esperados ou não. Como consequência, é mais fácil identificar a necessidade da realização de otimizações e melhorias.
Outro aspecto importante da margem bruta é por meio da visão da gestão empresarial e financeira da empresa. Visto que ela mostra se o modelo de negócio está sendo sustentável ou não. Aliás, há empresas que decidem por deixar a margem negativa ou baixa por um período. Isso é feito de forma estratégica e, especialmente, quando ocorre a entrada em um mercado novo.
Além dos pontos citados, vale destacar que a margem bruta também é um indicador fundamental para os investidores. Ninguém busca investir em empresas que apontam para a falência, não é mesmo?!
Sendo assim, toda empresa que estiver em busca de investidores precisa fornecer esse dado para conquistar investimentos. E, caso a situação seja ao contrário, se alguém estiver em busca de investimentos, é preciso analisar esses dados para que a decisão seja o mais assertiva e adequada possível.
Como dito anteriormente, o papel da margem bruta é imperativo para as empresas, pois, por meio da união com outros indicadores da gestão financeira, ela possibilita o estudo completo dos resultados da empresa.
Aliás, a análise mais adequada da margem bruta é feita considerando a evolução dos últimos resultados — ou seja, uma avaliação da margem bruta ao longo dos últimos 12 a 36 meses. Quando uma empresa apresenta cada vez menos prejuízos a cada período, os gestores conseguem compreender que há possibilidade de sucesso num futuro próximo. No entanto, quando é avaliado um período isolado, não é possível compreender o histórico daquele dado — o que pode resultar em decisões equivocadas por parte das lideranças.
De maneira geral, portanto, podemos afirmar que os indicadores financeiros, como a margem bruta, diante dos cenários empresariais, são uma espécie de orientação sobre quais serão os próximos passos da companhia. Inclusive, vale lembrar que os indicadores sobre finanças são essenciais, visto que toda negociação envolve possibilidades financeiras.
Assim como no ambiente empresarial, para quem investe, a margem bruta de uma empresa também pode indicar diferentes fatores. Em primeiro lugar, ela mostra o quanto da receita de uma organização é mantida apenas como lucro.
Dessa forma, se a margem bruta foi de 22%, por exemplo, isso significa que a empresa tem R$0,22 de lucro para cada real de receita. Com isso, os investidores podem avaliar se a empresa está usando os valores investidos de maneira eficiente ou não.
Outro ponto importante relacionado aos investimentos é que a margem bruta consegue oferecer uma certa estimativa do valor que os acionistas podem receber, já que os dividendos são pagos sobre a lucratividade.
No terceiro ponto, vale destacar que a margem bruta, como dito anteriormente, permite que o investidor compare empresas concorrentes entre si. Ou seja, avalie qual a margem bruta de cada uma para avaliar onde irá investir.
Podemos resumir, portanto, que a margem bruta é um indicador essencial da análise dos investidores, pois ela permite que eles obtenham informações importantes relacionadas à gestão atual, assim como deduzir o futuro da administração de uma empresa.
Margem bruta, margem líquida e margem de contribuição. É muito comum que exista certa confusão entre os três termos, visto que, além de apresentarem nomes semelhantes, também possuem um cálculo parecido. Sendo assim, vamos à definição e ao cálculo de cada um deles.
Ela representa o verdadeiro ganho da empresa por meio da comercialização de seus produtos ou serviços. Isso acontece porque na sua fórmula é utilizado o lucro líquido — aquele que deduz todos os custos da empresa.
Além dos gastos de produção e de comercialização dos produtos, são descontados também os custos de depreciação, os administrativos, impostos, entre outros. Sendo assim, a fórmula da margem líquida é a seguinte:
Margem líquida = (lucro líquido ÷ receita líquida) × 100
Já a margem de contribuição está relacionada com quantas vendas a empresa precisa fazer para conseguir obter o lucro. Para ter acesso a esse número, é preciso fazer o seguinte cálculo:
Margem de contribuição = receita – (custos variáveis + despesas variáveis)
Sendo assim, a partir da retirada dos custos e das despesas variáveis, como comissões, é possível avaliar o resultado com os custos fixos e verificar se a empresa terá lucro.
Vale destacar também a diferença entre lucro bruto e margem bruta que é estritamente uma questão de números. Enquanto a margem bruta é um número em formato de percentual, o lucro bruto é um valor absoluto que é apresentado em unidade monetária. Seja esta Real ou Dólar Americano ou Dólar Canadense ou Euro ou outra unidade monetária.
Os indicadores, portanto, representam essencialmente o mesmo valor, mas a margem bruta pode ser considerada uma figura analítica mais útil. Ela é determinada por meio de uma equação específica, enquanto o lucro bruto é o valor absoluto em unidade monetária da receita que a organização gera, além dos custos diretos relacionados à produção.
Para ilustrar a diferença, podemos considerar a seguinte situação. Uma empresa do ramo de higiene apresenta um lucro bruto de US $ 1 milhão. Esse número, à primeira vista, pode parecer impressionante, no entanto é preciso avaliar a margem bruta.
Então, se a margem bruta for de apenas 1%, isso significa que um simples aumento de 2% nos custos de produção pode ser suficiente para que a empresa perca dinheiro. Isso ainda pode ser agravado pelo fato de que a margem bruta não tem como função os custos operacionais totais de uma empresa.
A margem bruta, como vimos ao longo do texto, é um indicador essencial para as empresas, especialmente as de médio porte. Ele proporciona às lideranças, uma visão ampla da saúde financeira da empresa, permitindo que decisões mais assertivas e adequadas sejam tomadas.
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