Você sabe o que é Lean Startup? Por vezes, algumas médias empresas trabalham no desenvolvimento de seus produtos por meses ou até anos. Isso faz com que elas aguardem que os produtos estejam prontos para o lançamento.
Depois, esperam novamente, mas pelos clientes, para comprarem esse produto. Entretanto, nem sempre é este o resultado obtido em um mercado VUCA como o atual. Vuca significa volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Um dos motivos para isso é que, nesse tipo de caso, o produto criado foi baseado em suposições do empresário e de sua equipe. Ou seja, mesmo que tenham realizado pesquisas e construído um plano de negócios completo, não validaram as hipóteses a partir de dados obtidos de feedbacks dos clientes-alvo no “mundo real”.
No filme Campos de Sonhos, o personagem interpretado por Kevin Costner diz uma frase que traduz bem essa lógica. Segundo ele, “se você construir, eles virão”. Em nossa realidade, isso nem sempre acontece. Acaba que, ao investir tempo, dinheiro e outros recursos na construção de uma solução, se torna um risco alto.
É neste ponto que o Lean Startup se destaca. Essa é uma metodologia que pode ser aplicada em qualquer empresa, não apenas em startups. Ela contribui para que as organizações sejam realmente centradas nas necessidades dos clientes e validem hipóteses, reduzindo riscos em novos negócios e novas ideias.
Continue a leitura e compreenda mais sobre o tema. Abordaremos sobre o que é esse conceito, seus princípios e como aplicá-lo em sua média empresa.
Trata-se de uma metodologia projetada para validar uma hipótese de negócios por meio de ciclos de lançamento curtos e rápidos. Ou seja, validando os processos de produtos, serviços, modelos de negócios e estratégias.
Ela se baseia nos dados de feedback do cliente para orientar e acelerar o desenvolvimento iterativo das soluções da empresa.
Este conceito foi projetado para ajudar a reduzir o risco de mercado. Isso ocorre ao validar o aprendizado por meio do lançamento de um Produto Mínimo Viável (MVP). Ou seja, construir uma primeira versão de um produto de baixa barreira de entrada e começar a gerar valor mais cedo. Assim, se consegue iterá-lo consistentemente para adicionar melhorias e funcionalidades a partir das necessidades dos clientes.
O termo foi introduzido oficialmente pela primeira vez por Eric Ries em seu livro de 2011, The Lean Startup, onde aborda a aplicação do conceito lean para criação de um novo produto ou serviço, em circunstâncias incrivelmente incertas. Nesse contexto, toda atividade que não contribui para se aprender a respeito dos clientes é vista como desperdício.
É importante salientar que os princípios do Lean Startup podem inspirar não apenas startups. Ela serve também para companhias de qualquer tamanho, auxiliando a aprimorarem seus processos e resultados.
Fazem parte dos seus princípios básicos:
O primeiro princípio aborda justamente isso: os empreendedores estão em iniciativas de diferentes escopos. O Lean Startup pode ser aplicado por todos e pode funcionar em empresas de diferentes tamanhos e segmentos.
Ainda que seja um modelo diferente do tradicional, é preciso ter gestão. Ter um processo mais flexível que permite o aprendizado constante, garantindo que a inovação e o crescimento sejam acelerados. Os gestores devem ser capazes de gerenciar investidores e permitir que os funcionários experimentem, desde que os riscos sejam considerados aceitáveis.
Processo que se define pelo desenvolvimento de versões iniciais mínimas de produtos ou serviços, mas que sejam suficientes para entregar valor ao cliente e serem testadas com usuário reais. Isso significa conduzir os experimentos mencionados, medir resultados e basear as decisões futuras em dados relevantes.
Para obter sucesso, os empreendedores devem ser capazes de monitorar o progresso objetivamente, estabelecer marcos, priorizar o trabalho e tomar as decisões certas com base no que os dados mostram ser apropriado. Deve ajudar a nortear o negócio para ações que geram maior impacto, e exigem menor esforço para serem implementadas.
O loop “construir, medir, aprender” permite o aprendizado validado com o Produto Mínimo Viável (MVP), no qual os experimentos e testes são conduzidos com clientes reais. Uma vez que esse processo é estabelecido, o próximo passo é acelerar esses ciclos de aprendizado através dos feedbacks dos clientes.
O caminho de cada empresa é diferente. Mas, deverão passar por essas etapas básicas:
O primeiro passo é validar se o problema que sua empresa quer resolver é relevante e vale a pena ser resolvido. Os clientes realmente precisam de uma solução para isso? Como eles resolvem o problema atualmente, sem a sua solução?
Também pode ser relevante considerar contexto de concorrentes, tendências do mercado e possíveis diferenciais competitivos que sua empresa pode ter ao construir o novo produto ou serviço.
Tendo uma oportunidade a ser explorada, se inicia o ciclo “construir, medir e aprender”. A partir da construção da versão mínima da solução, continuamente são testadas hipóteses para desenvolvimento do negócio relacionadas ao problema, solução, demanda do mercado e modelo de negócios.
Algumas perguntas são essenciais nessa jornada: O problema realmente existe? A solução resolve mesmo o problema? Os clientes estão dispostos a pagar o suficiente? Conseguimos operar um modelo viável economicamente?
O MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável) é uma espécie de versão beta de um novo produto, com suas principais funcionalidades, criada de maneira ágil para ser apresentada e testada por seu mercado-alvo e para captar seu feedback, ajudando a validar hipóteses e premissas.
No Lean Startup, o MVP é fundamental. É por meio dele que sua companhia poderá fazer lançamentos com o timing certo, reduzindo riscos e custos, além de obter a avaliação de um grupo de clientes reais, que fornecerá insights para melhorias que tornarão o produto mais competitivo no mercado.
Como estabelecemos, o Lean Startup permite que as médias empresas baseiem suas decisões em dados sólidos em vez de suposições, aumentando, assim, suas chances de construir um negócio sustentável e produtos bem-sucedidos no mercado.
Na prática, isso é feito obtendo feedback dos clientes. Este é um dos elementos-chave da metodologia. Ao ter disponível o feedback, o empreendedor pode minimizar os riscos de construir um produto irrelevante, além de economizar tempo e recursos valiosos.
As etapas do ciclo estão baseadas especialmente no princípio de construir, medir e aprender. Com isso, tudo começa com a ideia ou uma hipótese baseada em suposições.
A partir daí, é hora de construir a versão do MVP e apresentá-la aos clientes. Então, esses testarão o produto e fornecerão seu feedback, que será avaliado e traduzido em insights e melhorias acionáveis pela empresa.
Com base nisso, a companhia aprende sobre as necessidades dos clientes, ajudando a tornar os próximos lançamentos ou versões ainda mais assertivas, repetindo o ciclo.
Este processo ajuda a economizar tempo e recursos diversos. Afinal, quando o produto está pronto, as organizações já sabem que ele funciona, que tem uma demanda real de mercado e, assim, fica mais fácil escalar posteriormente suas operações.
A partir dos princípios, etapas e conceitos vistos até aqui, já é possível ter uma base relevante para preparar sua empresa para a aplicação do Lean Startup.
Mas, indo além, outras recomendações e dicas para isso incluem:
Na gestão tradicional, geralmente se utiliza um plano de negócios de longo prazo para orientar decisões e buscar investimentos. Outro ponto importante é que a criação de produtos é feita de maneira praticamente secreta para o público externo.
Por sua vez, no Lean Startup, compreende-se que vivemos uma realidade dinâmica, mutável e em constante transformação. Então, os planos são constantemente atualizados, revistos e refeitos, tendo mais flexibilidade em sua aplicação, moldando-a à realidade do momento e ao feedback do cliente.
Ainda, como vimos, o cliente passa a ter um papel mais ativo e próximo para o lançamento de novas soluções, testando-as e compartilhando suas percepções críticas com a empresa.
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