Gerir um negócio em tempos de home office pode ser algo bastante desafiador, sobretudo em organizações ainda não adaptadas a esse regime de trabalho. Os colaboradores ainda podem não estar prontos para assimilar a experiência da melhor forma possível, e a própria organização pode estar deixando de oferecer o suporte necessário para que todos trabalhem em casa.
No entanto, o home office foi uma realidade que se impôs durante a pandemia, e o esperado é que muitas empresas que nem cogitavam aderir a esse esquema de trabalho considerem adotá-lo depois do fim da crise sanitária, ainda que em regime híbrido.
Isso porque, apesar dos problemas, os benefícios percebidos foram diversos: muitos perfis de profissionais se adaptaram bem à rotina de trabalhar em casa, empresas perceberam diminuição de custo considerável em despesas com sede própria e gastos de logística para deslocamento de funcionários, existe a possibilidade de contratação de pessoal sem nenhum tipo de limitação geográfica, entre outros.
Para nos aprofundarmos nessa discussão, falaremos sobre quais as perspectivas para o home office no curto prazo, das vantagens de se aderir a esse regime de trabalho e de que forma seu negócio pode se adaptar a essa nova realidade. Continue a leitura e saiba mais:
Antes de falarmos propriamente sobre porque implementar o home office de forma permanente, vejamos alguns números que demonstram a adesão ao trabalho à distância.
Mesmo antes da pandemia, de acordo com as estatísticas, o modelo de trabalho home office já tinha uma presença considerável no Brasil: em 2018, um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que 3,8 milhões de brasileiros trabalhavam de maneira remota.
Além de ser particularmente popular entre os freelancers, a pesquisa revela que o home office também tem boa adesão entre startups e outras iniciativas privadas, como as lojas virtuais, que funcionam quase que totalmente em ambiente online.
Um levantamento feito pela empresa de consultoria BTA mostrou que, por conta da pandemia, o modelo de trabalho home office se tornou o padrão para, ao menos, 43% das empresas brasileiras.
A transição não foi fácil: muitas empresas não contavam com protocolos e ferramentas adequadas para operar remotamente. Além disso, muitos profissionais precisavam de equipamentos especializados para desempenharem suas funções.
Vejamos, então, 4 motivos para adotar o home office de forma permanente.
Um dado bem relevante relacionado ao impacto do trabalho home office na vida dos profissionais pode ser observado na pesquisa realizada em 2020 pela Pulses – uma startup de clima organizacional, engajamento e performance. O levantamento mostrou que, mesmo durante a pandemia, 78% dos brasileiros se sentem mais produtivos trabalhando remotamente.
Esse número é bastante expressivo entre as estatísticas sobre home office que citamos aqui, sobretudo porque, até pouquíssimo tempo atrás, a ideia de trabalhar remotamente nem sempre era vista com bons olhos. Lideranças de muitas empresas acreditavam que os funcionários não conseguiriam entregar bons resultados atuando em casa.
O aumento da produtividade está ligado a um maior nível de engajamento dos colaboradores. Há um ganho de qualidade de vida com o trabalho remoto. Em casa, os profissionais conseguem manter uma melhor alimentação, não precisam se deslocar todos os dias à sede da empresa e contam com maior flexibilidade para desempenhar suas funções.
Além do maior engajamento e produtividade, muitos gestores de pequenos e médios negócios identificaram uma economia considerável com o custo operacional das empresas. Com funcionários atuando em casa, contabiliza-se menos despesas com aluguéis, manutenção predial (água, luz e manutenção das instalações) e despesas de custeio em geral, como limpeza e transporte.
Em tempos de crise, essa é uma economia significativa e pode ajudar muitos negócios a enfrentarem eventuais adversidades de momento. Ou, ainda, podem contribuir para o investimento em projetos estratégicos.
Já pensou em contratar funcionários em outras cidades, estados e até países?
Caso você nunca tenha considerado essa opção, saiba que milhares de empresas vêm recrutando profissionais em diversas localidades para atuar de maneira 100% remota. A partir desse arranjo, a grande vantagem é poder aumentar a sua margem para contratar pessoal qualificado. Afinal, nem sempre é possível contar com as melhores escolhas se limitando à região onde sua empresa está sediada.
Como sabemos, nem só de vantagens o home office é feito.
Pensando nisso, listamos nessa sessão os principais fatores de dificuldade ao se adotar esse regime de trabalho. Esse é um passo importante para identificar riscos e propor soluções.
Para muitos negócios, a transição do trabalho presencial para o remoto foi um tanto abrupta. Isto é, não houve tempo hábil para o planejamento dessa mudança.
Nesse cenário, nem empresas nem funcionários estavam suficientemente preparados para a experiência que estava por vir. Isso fez com que muitas organizações se perdessem ao longo do processo, com ausência de um modelo de gestão que possibilita a gestão das entregas.
O trabalho desenvolvido em casa exige o domínio de algumas ferramentas por parte do profissional, que talvez não fizessem parte de sua rotina no escritório ou na sede da empresa.
Os aplicativos de reuniões, por exemplo, figuraram entre os recursos mais amplamente utilizados, e nem todos os colaboradores conhecem seus funcionamentos, sendo essa mais uma dificuldade a ser superada.
A falta de integração entre as diferentes equipes de trabalho também pode ser uma grande barreira imposta pelo home office. Afinal, com todos reunidos em um mesmo ambiente físico, fica muito mais simples dar encaminhamento à atividades que demandam consultas a diferentes agentes.
O próprio clima que se estabelece com a proximidade física torna a comunicação muito mais simples e assertiva. Para gerações de profissionais que nunca vivenciaram uma experiência de trabalho remoto, tudo pode ser ainda mais difícil.
Também não podemos nos esquecer que, para diversos processos de trabalho, a reunião presencial das equipes é quase indispensável. Nesses casos, qualquer esforço de adaptação exige bastante criatividade.
Uma das reclamações mais recorrentes entre profissionais que ainda não se adaptaram ao home office é a identificação de limites. Para muitas pessoas, o trabalho “invadiu” o espaço doméstico e tem sido difícil se reorganizar para a manutenção de um bom desempenho. Sobretudo para quem tem filhos ou mora com muitas pessoas, essa é uma questão ainda mais sensível.
Mas, para além disso, temos a própria forma como as empresas e suas lideranças lidam com o home office. É necessário respeitar a jornada de trabalho dos profissionais, para que não sejam acionados em horários indevidos ou incumbidos de uma carga de trabalho desproporcional.
Para quem está convencido sobre as vantagens do home office, vejamos como implementar esse regime de trabalho de forma permanente. Esse é, inclusive, um meio de contornar os riscos listados no tópico anterior.
O artigo 75-C da CLT determina que a prestação de serviços na modalidade de home office deve constar em contrato individual de trabalho. Nesse instrumento, devem estar especificadas quais atividades serão realizadas pelo empregado, sendo que, no caso de um contrato já vigente, um aditivo pode ser elaborado prevendo as alterações. Esse arranjo deve ser acordado entre funcionário e empregado.
Contudo, com a edição da Medida Provisória 927 – a chamada MP Trabalhista – em maio de 2020, o cenário mudou. Durante o chamado período de calamidade pública decretado em função da pandemia, o home office transitório poderá ser adotado por imposição da empresa, não sendo necessário o aceite do funcionário.
No entanto, ainda que estejamos sob o referido decreto de calamidade pública, o mais indicado é que haja a previsão no contrato de trabalho da adoção do trabalho remoto. Essa é uma forma de conferir mais segurança jurídica à mudança que se pretende estabelecer.
Home office é sinônimo de autonomia e proatividade. Afinal, à distância, a coordenação dos processos de trabalho costuma sofrer algum prejuízo, por mais bem-sucedido que o planejamento para organizar as demandas seja.
Dessa forma, é muito importante contar com colaboradores com esses atributos. No momento do recrutamento, por exemplo, é preciso estabelecer critérios para identificar se o candidato avaliado tem essas características. Para quem já atua na empresa, deve-se criar um entendimento conjunto sobre como manter essa conduta.
É indispensável treinar as equipes de trabalho para um bom desempenho durante o home office. Vejamos, então, algumas medidas que podem ser adotadas para isso:
Por fim, é necessário que se estabeleça um modelo que permita a gestão efetiva das entregas do time sem que haja a necessidade de se controlar o ponto:
A crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus repercutiu de forma muito negativa em quase todos os setores da economia. Grande parte das pequenas e médias empresas, por exemplo, tiveram que se reinventar para continuar em operação.
Nesse cenário, o trabalho remoto é apenas uma entre tantas mudanças necessárias. Para muitos negócios, essa transformação pode ser encarada, até mesmo, como uma oportunidade. Afinal, benefícios associados ao home office podem ter sido enxergados somente agora, depois da necessidade de aderir a ele.
Nossa dica, portanto, é para que você faça dessa experiência algo capaz de gerar bons resultados para o seu negócio. Para isso, fique atento a todas as informações trazidas neste guia e saiba como organizar a operação de sua empresa, implementando bons elementos de gestão, para se adequar a essa nova realidade.
Para solicitações de imprensa favor entrar em contato com: [email protected]