Gestão de crise: como mitigar impactos e aproveitar oportunidades
A melhor forma de transformar períodos turbulentos em oportunidade é adotar uma gestão de crise eficiente. Veja como mitigar impactos.
O coronavírus mostrou que imprevistos, antes inimagináveis, acontecem. Portanto, é melhor preparar um plano de gestão de crise do que ser pego de surpresa.
Foi exatamente isso que ocorreu com diversas empresas. Com o distanciamento social, muitas precisaram ajustar a operação às pressas para sobreviver; além disso, tiveram de rever prioridades.
Hoje, depois de muita aprendizagem, ainda vale reforçar: gestores que buscam oportunidades em meio à crise, assim, colhem melhores resultados.
Toda crise traz turbulência, mas também abre espaço para crescer. A boa notícia é que reduzir riscos e capturar oportunidades depende das escolhas da empresa e do seu time. Descubra, então, como fazer isso.
A teoria do Cisne Negro e a gestão de crise
A pandemia recolocou em pauta a teoria popularizada por Nassim Nicholas Taleb em 2007, no livro The Black Swan. Em síntese, os “eventos Cisne Negro” são raros, difíceis de prever e têm efeitos profundos.
Economistas lembram: o fato de algo nunca ter acontecido não impede que ocorra no futuro. Embora o gatilho seja imprevisível, muitas consequências são previsíveis; logo, dá para se preparar.
Veja o caso do coronavírus. Ninguém previu o surgimento do vírus. Porém, assim que o tema ganhou escala global, a Sequoia Capital publicou um relatório com medidas para mitigar impactos. O documento, por exemplo, recomendou reduzir custos e refazer previsões de caixa — ações comuns em empresas que já tinham um plano de crise.
Gestão de crise: da teoria à prática
Em novas ondas de restrição, surgem desafios relevantes — especialmente para quem passou 2020 apagando incêndios e, portanto, não estruturou um plano para o futuro. Gestão de crise significa criar um plano para atenuar efeitos negativos de qualquer Cisne Negro, independentemente do momento ou da duração.
Uma gestão eficaz, em geral, segue três etapas:
- Governança da crise: forme um comitê e defina o formato de trabalho. Em seguida, o comitê identifica as áreas sob maior pressão e prepara o diagnóstico para a etapa seguinte.
- Ações emergenciais: escolha e execute as primeiras medidas. Para isso, conduza um diagnóstico rápido e objetivo nos âmbitos financeiro, pessoas, processos e clientes.
- Preparação para a retomada: ajuste a empresa à nova realidade no tempo certo. Para tanto, defina métricas proativas que indiquem quando acelerar ou desacelerar cada área.
A seguir, aprofunde as ações emergenciais por frente.
1. Financeiro
Comece pelo caixa. Portanto, proteja a liquidez e antecipe riscos de queda de receita. Durante o diagnóstico, questione cada alavanca de geração de caixa, revise custos e priorize gastos essenciais.
Ao avaliar as alavancas, mantenha receitas com otimização de custos e despesas; além disso, renegocie prazos e reavalie o grau de alavancagem. Busque financiamento quando fizer sentido e, igualmente, renegocie dívidas para reduzir juros e evitar multas.
Também priorize projetos que exigem investimento. Foque, sobretudo, nos que entregam melhor ROI.
Além disso, mapeie riscos, renegocie com fornecedores, faça análises de estoque e reordene gastos. Por fim, conduza uma rotina diária de avaliação do cenário, revisão do que foi feito e definição de novas diretrizes.
2. Pessoas
Cuide do bem-estar do time e do impacto da folha no caixa. Assim, ajuste jornadas conforme a demanda, adie promoções quando necessário e reavalie reajustes. Revise benefícios e, se fizer sentido, mova pessoas para contratos temporários.
Implemente medidas de proteção. Em crises sanitárias, por exemplo, adote home office e protocolos de saúde para quem precisa estar no local de trabalho.
Além disso, reduza estresse, aumente o moral e reforce a capacitação. Monitore saúde e desempenho, inclusive em forças de trabalho móveis.
3. Operação
Mapeie os processos. Desse modo, priorize o que é crítico e elimine gargalos. Direcione corretamente recursos e pessoas para acelerar entregas.
Identifique funções-chave e garanta profissionais adequados nas atividades de maior impacto. Corte ou reduza pela metade tarefas de baixo valor (cerca de 20% dos recursos) e, ainda, automatize ou simplifique rotinas não essenciais (outros 40%).
Inclua, também, um plano para cadeia de suprimentos e revise níveis de serviço dos processos prioritários.
4. Clientes
Ajuste estratégias de vendas ao novo perfil de consumo. Além disso, reforce a imagem institucional e conecte-se ao propósito da marca perante a sociedade.
Eventos Cisne Negro mudam hábitos. Portanto, adapte linhas de produção e canais de atendimento. Revise indicadores comerciais e estabeleça pesquisas para acompanhar a “temperatura” do mercado.
Conclusão
A crise não precisa marcar um ponto de inflexão negativo. Pelo contrário, ela pode impulsionar melhorias. Com uma gestão de crise bem feita, você transforma percalços em oportunidades — e, logo, oportunidades em receita.
Em organizações maiores ou mais complexas, crie comitês por área e, se necessário, conte com apoio de consultoria especializada.
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