Administração financeira: 8 pontos de atenção na média empresa

A administração financeira pode impulsionar — ou travar — a gestão e o sucesso da média empresa. Veja como vencer os problemas mais comuns.
Para começo de conversa, as médias empresas impulsionam empregos, PIB, empreendedorismo e inovação. Além disso, o mercado as reconhece como motor do crescimento socioeconômico do país. Ainda assim, muitos negócios esbarram em um obstáculo interno que limita o desenvolvimento e a escala: a má administração financeira.
Por outro lado, como muitos negócios de médio porte têm gestão familiar, segundo o Sebrae, a profissionalização e a modernização das finanças costumam avançar devagar. Portanto, resolva esse desalinhamento. Afinal, a administração financeira sustenta a sobrevivência, o crescimento e o desempenho da média empresa.
Felizmente, melhorar as finanças não depende de sorte. Pelo contrário, quanto mais você entende os desafios do seu tipo de operação, melhor você os gerencia e otimiza. É sobre isso que tratamos a seguir.
Qual é a importância da administração financeira na média empresa?
Quando falta caixa, a causa nem sempre é vendas fracas ou dívida alta. Muitas vezes, a raiz está em práticas financeiras deficientes — um reflexo de cultura que você precisa mudar. Em pesquisa da Falconi, 47,6% dos líderes afirmaram não ter ações de médio e longo prazo; além disso, 44,1% relataram crescimento tímido e mais de 20% resultados estagnados ou em queda.
Esse quadro mostra como muitos negócios saíram de períodos atípicos com problemas de performance e, por consequência, de caixa. Por isso, profissionalize a gestão — especialmente a financeira.
Em síntese, administração financeira reúne decisões, processos e ações ligados a análise, monitoramento, planejamento e melhoria do uso de recursos. Dessa forma, essa disciplina cria base para sustentabilidade, escala e novos investimentos.
Assim, encare o tema como um movimento contínuo. Sempre haverá espaço para ajustes e ganhos.
Como atacar os principais problemas financeiros
De modo geral, a boa administração se apoia em três pilares: gestão de caixa (estoque, inadimplência, investimentos), eficiência operacional (custos, despesas, margens) e eficiência financeira (endividamento, alavancagem). A seguir, veja como aplicar na prática.
1. Margem operacional prejudicada
Em termos simples, a margem operacional mede a lucratividade das operações principais. Ou seja, ela mostra quanto lucro a empresa gera após deduzir custos fixos e variáveis e salários ligados à produção. Calcule a margem operacional assim:
Contudo, muitas médias empresas operam com margem abaixo do necessário — algumas “no vermelho”. Para reverter, faça uma precificação correta e conheça seus custos em detalhe (veja também o item 5).
2. Falta de capital para crescer
Se precisar de crédito, planeje. Antes de tudo, defina um objetivo claro para o recurso, pesquise linhas com juros melhores e ajuste processos para não virar refém de empréstimos recorrentes. Ao mesmo tempo, busque a alavancagem ótima: escolha o nível de dívida que maximiza valor ao acionista sem estrangular o caixa.
3. Orçamento que não orienta decisões
Muita empresa monta um orçamento anual e o esquece. No fim do período, surgem “surpresas” e soluções emergenciais caras. Para evitar isso, crie o orçamento no início do ano e revise, com disciplina, o realizado versus o orçado. Além disso, monitore gastos, corte desvios e use o processo para orientar decisões ao longo do ano.
4. Ausência de reserva para imprevistos
Gerenciar apenas despesas recorrentes e ignorar imprevistos fragiliza o negócio. Portanto, construa uma reserva para cobrir de três a seis meses de despesas típicas. Para viabilizar, rode um plano de otimização orçamentária, reduza custos fixos e deposite mensalmente na reserva e no capital de giro.
5. Precificação equivocada
Idealmente, baseie os preços na análise mercadológica e financeira — não em “feeling”. Afinal, a precificação afeta diretamente a margem de contribuição e, portanto, a sustentabilidade. Assim, revise preços rotineiramente, especialmente quando:
- você reposiciona a empresa ou lança novas linhas;
- as despesas mudam;
- as matérias-primas encarecem acima do projetado;
- a concorrência altera a política de preços e mexe no mercado;
- o cenário macro muda (inflação, recessão) ou o cliente muda de comportamento.
6. Falta de controle de estoque
Em geral, estoque mal gerido imobiliza capital, provoca avarias e perdas por validade. Por outro lado, falta de itens de giro derruba vendas e satisfação. Portanto, encontre o ponto de equilíbrio: use histórico e projeções de vendas e alinhe todo o ciclo financeiro (prazo médio de estocagem compatível com prazos médios de recebimento e de pagamento). Calcule o ciclo assim:
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional (PME + PMR) – Prazo Médio de Pagamentos
7. Problemas de fluxo de caixa
Em consequência, fluxo saudável sustenta operações e expansão. Você precisa de liquidez para financiar prioridades estratégicas. Lembre-se: você não gerencia o que não mede. Logo, use tecnologia e automação para acompanhar entradas e saídas em tempo real e decidir melhor.
8. Falta de visão financeira de longo prazo
Quem sabe o destino ajusta a rota com antecedência. Sem indicadores, dados e projeções, conquistar metas fica mais difícil. Assim, use demonstrativos — DRE, balanço e fluxo de caixa — como instrumentos de gestão. Esses relatórios mostram o “placar” econômico-financeiro e a capacidade de atender acionistas e demais stakeholders.
Além disso, amplie o painel com métricas de valor para clientes, equipes e sociedade. Essa visão integrada fortalece a tomada de decisão.
Em resumo, pronto para otimizar sua administração financeira? Coloque esses pontos em prática e acompanhe os resultados. Por fim, para receber mais conteúdos como este, assine nossa newsletter.
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