Planejamento estratégico em médias empresas: proteção em tempos de crise

Planejamento estratégico em médias empresas: proteção em tempos de crise
Gestão
Tempo de leitura: 5 minutos
Última atualização: 01/08/2025

O planejamento estratégico em médias empresas nunca foi tão essencial quanto agora . A recente imposição de tarifas de 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros, combinada ao aumento de juros, IOF e à instabilidade cambial, elevou o nível de desafio para gestores que já operavam sob pressão. Para empresas que exportam ou dependem de insumos importados, os impactos são diretos sobre as margens e exigem uma revisão imediata de prioridades, metas e processos.

Como destacou Marina Borges, vice-presidente da Mid, em entrevista ao Valor Econômico, empresas que investem em planejamento estratégico crescem, em média, 26% acima do mercado, mesmo em períodos de crise. Por outro lado, negócios sem método correm mais riscos de perder competitividade, clientes e eficiência operacional.

Neste artigo, você confere dados reais sobre o impacto das tarifas, orientações de especialistas em gestão de crise e dicas práticas de planejamento. O objetivo é mostrar, de forma direta e sem promessas vazias, como a gestão estratégica pode ser a principal defesa do seu negócio em cenários de instabilidade.

Marina Borges, vice-presidente da Mid Falconi, em destaque durante entrevista ao Valor Econômico sobre o papel do planejamento estratégico para médias empresas enfrentarem a crise e tarifas internacionais.

Clique no banner e leia a entrevista na íntegra com Marina Borges.

Quais os impactos reais das tarifas dos EUA nas médias empresas brasileiras?

A imposição de tarifas elevadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros trouxe efeitos imediatos para médias empresas exportadoras. Consequentemente, setores como agronegócio, têxteis e produtos regionais passaram a lidar com custos significativamente maiores para acessar o mercado americano, principal destino internacional de muitos negócios do país.

Ao mesmo tempo, esse movimento ocorreu em um contexto de recorde de exportações brasileiras para os EUA, com US$ 40,3 bilhões em 2024, o maior valor da história da relação bilateral. Assim, empresas de médio porte que dependem dessas vendas sentiram uma pressão imediata sobre suas margens.

Além disso, o anúncio das tarifas provocou alta do dólar, elevando o custo de insumos importados e comprimindo ainda mais o fluxo de caixa dessas empresas. Como ressalta Marina Borges, médias empresas costumam ter menos estrutura e benefícios fiscais do que grandes companhias, tornando-se mais vulneráveis a choques desse tipo.

Por outro lado, negócios com planejamento estratégico consistente conseguem antecipar cenários, proteger o caixa e ajustar decisões rapidamente, diferenciais fundamentais em períodos de turbulência.

Como construir um planejamento estratégico que protege margens em tempos de crise?

Para médias empresas, o planejamento estratégico é a principal defesa contra choques externos. Diante desse cenário, tarifas de exportação e volatilidade cambial exigem respostas rápidas. Portanto, o primeiro passo é projetar, com clareza, o impacto das novas tarifas e do dólar nas margens, estoques e demanda.

Além disso, gestores devem priorizar a liquidez. Nesse sentido, ajuste o fluxo de caixa e revise prazos de recebimento e pagamento. Em crises recentes, dados mostram que empresas que fizeram um diagnóstico financeiro completo conseguiram renegociar dívidas e readequar contratos. Consequentemente, essas medidas ajudaram a garantir a sobrevivência e, em alguns casos, permitiram crescer mesmo durante turbulências.

Outro ponto essencial é tomar decisões de forma colegiada. Sempre que possível, envolva lideranças-chave e sócios para aumentar a assertividade e reduzir riscos. Ao mesmo tempo, revise o portfólio de clientes e produtos. Priorize os itens mais rentáveis e menos expostos a fatores externos. Adicionalmente, monitore indicadores críticos, como margem operacional, giro de caixa, inadimplência e prazo médio de estoques. Assim, fica mais fácil fazer ajustes rápidos e tomar decisões bem embasadas para proteger as margens.

Por fim, o planejamento deve ser visto como um processo dinâmico. Por essa razão, revisões frequentes, comunicação clara com o time e disciplina na execução são indispensáveis para adaptar estratégias conforme o cenário evolui.

Em resumo:

  • Projete impacto de tarifas e câmbio em cenários reais;
  • Foque em liquidez e renegociação financeira;
  • Tome decisões de forma colegiada;
  • Revise portfólio e monitor indicadores críticos;
  • Reavalie o plano de forma contínua conforme o cenário evolui.

Ações práticas para renegociar dívidas e fortalecer a liquidez em média empresas

Renegociar obrigações financeiras é uma medida urgente para médias empresas diante dos efeitos das tarifas e da instabilidade econômica. Antes de tudo, repactue dívidas com bancos e fornecedores. Busque extensão de prazos e redução de juros. Essa é uma orientação recomendada por entidades como o Sebrae.

Por isso, a portabilidade de crédito também é alternativa interessante. Ela permite migrar dívidas para instituições que oferecem condições melhores. Contudo, para que essas ações funcionem, é indispensável realizar um diagnóstico financeiro rigoroso. Liste todos os credores, prazos, taxas e o impacto de cada dívida no fluxo de caixa.

Assim, você consegue priorizar negociações mais urgentes e fechar acordos que estejam alinhados à realidade da empresa. Dessa forma, é possível preservar a liquidez e evitar decisões emergenciais que podem comprometer o futuro do negócio.

Quais ações práticas ajudam médias empresas a enfrentar tarifas e incertezas?

Quando o cenário externo muda de repente, como com as novas tarifas dos EUA e o aumento do IOF, médias empresas não podem esperar que a crise “passe sozinha”. Ações concretas fazem toda a diferença para proteger resultados e preparar o negócio para a retomada.

  • Primeiro, revise contratos e negociações. Empresas que renegociaram prazos com fornecedores e clientes, buscando condições mais flexíveis, aliviaram a pressão sobre o caixa e ganharam tempo para se adaptar.
  • Além disso, reforce a disciplina financeira. Corte despesas não essenciais. Ajuste estoques para evitar capital parado. Reavalie investimentos e crie ou atualize comitês fiscais para mapear riscos e ajustar contratos, conforme indicam consultores de crise.
  • Outra recomendação é intensificar o relacionamento com parceiros comerciais, inclusive internacionais. Se o acesso a novos mercados de exportação ficou difícil, articule-se com entidades setoriais e câmaras binacionais. Essas redes podem abrir portas para negociações coletivas e possíveis exceções tarifárias.
  • Por fim, priorize a retenção de clientes estratégicos e busque inovação real. Em períodos de crise, médias empresas devem focar na base de clientes e revisar continuamente o portfólio. Especialistas afirmam que manter o foco nos clientes mais relevantes é mais eficiente do que tentar expandir rápido, especialmente em ambientes instáveis.

Nesse contexto, revise o portfólio com critérios objetivos. Priorize produtos ou serviços resilientes e lucrativos. Adapte ofertas rapidamente para focar nesses itens. Empresas têm obtido resultados expressivos ao investir em canais digitais, diversificar a entrega e criar soluções sob medida para as novas demandas dos melhores clientes.

Essa postura não só protege receitas, mas também constrói reputação de solidez e flexibilidade, fatores essenciais em cenários desafiadores.

Resumindo, empresas resilientes:

  • Ajustam contratos e revisam custos rapidamente;
  • Fortalecem o controle financeiro;
  • Buscam apoio em entidades e parcerias;
  • Mantêm o foco em clientes-chave e inovação mesmo sob pressão.

Essas práticas, junto do planejamento estratégico ativo, são o caminho mais seguro para atravessar a crise e proteger o futuro do negócio.

Conclusão: planejamento e gestão ativa como escudo contra crises

A crise provocada pelas tarifas dos EUA e pelo aumento do IOF mostrou que nenhuma média empresa pode depender da improvisação em tempos de instabilidade. As empresas que superam esse cenário com menores perdas são aquelas que investiram em planejamento estratégico, profissionalização da gestão e controle financeiro rigoroso.

Por isso, revisar cenários, fortalecer a disciplina de caixa, tomar decisões coletivas e agir com agilidade são fatores que impulsionam empresas para crescer acima do mercado, como comprova o diferencial de performance de quem adota uma abordagem estratégica. Ao renegociar contratos, inovar produtos e proteger margens, médias empresas não apenas sobrevivem, mas podem sair fortalecidas e mais preparadas para a retomada.

Mais do que nunca, proteger margens, manter liquidez e engajar times em ajustes contínuos são ações essenciais para o presente. Ao mesmo tempo, a crise deve ser vista como uma oportunidade para consolidar uma cultura de gestão ativa, aprendizado rápido e resiliência.

Se sua empresa ainda atua de forma reativa, este é o momento de revisar processos, reforçar indicadores e planejar a próxima etapa, transformando incertezas em vantagem competitiva.

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Lucas Vieira

Lucas Vieira

Analista de Conteúdo na Mid, especialista em SEO e em transformar ideias complexas em narrativas que geram impacto real. Atua há mais de 6 anos na interseção entre criatividade, estratégia e performance, criando conteúdos que ajudam líderes e empresas a crescer com clareza e propósito.

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