Devido ao seu papel significativo na criação de novos empregos, aumento do PIB, empreendedorismo e inovação, a média empresa é reconhecida como um importante motor do crescimento socioeconômico do país. Entretanto, os resultados obtidos por esses negócios, muitas vezes, encontram um obstáculo interno que limita o desenvolvimento e a escalabilidade da companhia: uma má administração financeira.
Como boa parte dos negócios de médio porte é constituída por operações familiares, conforme dados do Sebrae, há uma dificuldade inerente à profissionalização e modernização da administração financeira dessas organizações.
No entanto, esse é um desalinhamento que precisa ser resolvido. Afinal, a administração financeira é uma das principais áreas de gestão das organizações, devido ao seu papel vital na sobrevivência, crescimento e desempenho da média empresa.
Felizmente, melhorar a administração financeira do seu negócio não depende da sorte. Quanto mais você entender os desafios e pontos de atenção comuns a esse tipo de empreendimento, melhor poderá aprender a gerenciá-los e a otimizá-los. É sobre isso que falaremos neste artigo — acompanhe nossas dicas a seguir!
Quando uma média empresa começa a enfrentar dificuldades de caixa, muitas vezes a razão disso não está em um desempenho fraco em vendas ou em um endividamento excessivo, por exemplo.
A raiz pode estar em uma má administração financeira. E isso pode ser reflexo de uma cultura de gestão que precisa ser mudada. Conforme uma pesquisa feita pela consultoria Falconi, 47,6% dos líderes participantes afirmaram que suas empresas não tinham planejado ações de médio e longo prazo. Ainda, ao avaliarem o período atual, 44,1% afirmaram que suas companhias apresentaram crescimentos tímidos e mais de 20% que as organizações estavam com resultados estagnados ou em queda.
Dados como esse ilustram a realidade enfrentada pelos negócios que, depois desse ano atípico para todos, tiveram de lidar com problemas de performance e, muitas vezes, de caixa.
É por esse motivo que a gestão da média empresa precisa ser aprimorada. E quando falamos isso, boa parte está relacionada com a administração financeira.
A administração financeira refere-se às decisões, processos e ações da empresa associados à análise, ao monitoramento, ao planejamento e à melhoria das tarefas e dos recursos financeiros da companhia. Por meio disso, tem-se uma importante base para sua sustentabilidade e escalabilidade no mercado e para a realização de novos investimentos.
Com isso em mente, podemos concluir que a administração financeira não é um processo padrão com começo, meio e fim. Na verdade, podemos entendê-la como um movimento contínuo e orgânico, que sempre apresenta espaço para otimizações e melhorias.
A correta administração financeira passa por pilares como: Gestão de caixa: controle de estoque e inadimplência, investimentos;
A seguir, confira dicas de como aplicar isso na prática para evitar os principais problemas enfrentados pela média empresa causados por uma má administração financeira.
A margem operacional é uma medida de lucratividade que pode indicar quão bem uma média empresa está gerenciando suas operações principais de negócios. Ela refere-se ao montante do lucro que uma companhia obtém com as vendas de seu produto após deduzir os custos fixos e variáveis de produção (como o custo das matérias-primas), bem como os salários incorridos na fabricação do produto. A margem operacional é calculada da seguinte forma:
Acontece que, muitas vezes, a média empresa se depara com margens operacionais abaixo do necessário, o que leva alguns negócios, inclusive, a operarem “no vermelho”.
Para evitar esse problema de administração financeira, é fundamental fazer uma precificação adequada e conhecer em detalhes os custos do negócio. Mais detalhes no item 5.
Entretanto, é preciso muito cuidado e planejamento ao contrair empréstimos. Deve-se estabelecer um objetivo claro para esse capital, pesquisar sobre as linhas de crédito mais benéficas e com juros mais atrativos e fazer os ajustes internos necessários para que a empresa não acabe “refém” de empréstimos recorrentes. Por isso, é importante também encontrar a melhor estratégia que maximize a geração de valor para acionista definindo o nível de alavancagem ótima para o negócio
Em empresas que não têm a cultura de mensurar e otimizar indicadores e seus resultados, não é incomum que se faça um orçamento anual que acabe não sendo acompanhado ao longo do ano e que realmente sirva de norte para decisões desde compra de itens básicos a investimentos.
Assim, quando chega o final do período, acontecem surpresas indesejadas e é necessário recorrer a soluções emergenciais que, nem sempre, são benéficas ao negócio. O que normalmente é uma linha de crédito com juros maior, ou um prazo de pagamento menor.
Para evitar esse problema de administração financeira, é importante criar o orçamento uma vez ao ano e revisar rotineiramente os resultados reais versus as projeções orçamentárias. Dessa maneira, você fica de olho nos gastos enquanto faz cortes e ajustes oportunos quando necessário. E essa prática ajudará a criar senso de responsabilidade e também a orientar a tomada de decisões financeiras mais inteligentes ao longo do ano.
Quando a média empresa já está muito ocupada gerenciando uma infinidade de despesas recorrentes, pode ser fácil esquecer os custos que não se pode prever facilmente. Operar sem uma margem para lidar com imprevistos pode tornar as consequências desses ainda mais graves para o negócio.
Para reduzir esse risco e ter mais flexibilidade e segurança durante crises econômicas, mercadológicas e afins, uma boa prática é ter um capital voltado a emergências que cubra, pelo menos, três a seis meses de despesas típicas de sua companhia.
Para liberar essa verba é possível, por exemplo, criar um plano de otimização orçamentária para redução de despesas fixas e guardar este valor todos os meses para construir sua reserva de emergência e capital de giro.
A precificação deve ser feita com base na gestão mercadológica e financeira da organização. Ainda hoje, muitos empresários acabam estabelecendo sua política de preços com base em feeling ou no “chutômetro”.
E esse problema nos preços reflete diretamente em outras dificuldades da gestão na média empresa. Afinal, a precificação está relacionada à margem de contribuição — que aponta quanto cada produto contribui para a cobertura das despesas de sua operação. Apenas com um equilíbrio será possível que seu negócio seja estável e sustentável no longo prazo.
Para evitar problemas, é recomendado ter em mente que os preços devem ser rotineiramente revistos, especialmente em situações como:
Se sua companhia está se reposicionando ou lançando novas linhas de produtos;
Se suas despesas mudaram;
Se as matérias-primas apresentaram custos maiores do que o projetado;
Se a concorrência adotou uma nova abordagem de preços que está impactando seu mercado;
Se passa-se por um momento de inflação ou recessão econômica;
Se há outros fatores afetando o comportamento de seu cliente (a pandemia, por exemplo, levou muitos negócios a adotarem novas estratégias de precificação).
Em um primeiro momento, esse pode até não parecer um problema de administração financeira. Mas ele também é. Isso porque uma gestão ineficiente de estoque compromete o caixa da empresa e gera prejuízos financeiros. Lembre-se que estoque parado é capital imobilizado. Além disso, podem acontecer avarias e perdas em razão da validade do produto, por exemplo.
Mas isso também não quer dizer que não se deva ter em estoque os itens de maior giro. Afinal, isso pode levar a perda de vendas, atrasos de entrega e insatisfação dos clientes. Assim, é fundamental encontrar um equilíbrio, considerando o histórico e as projeções de vendas e também equilibrando todo o seu ciclo financeiro. Em outras palavras o prazo médio de estocagem deve ser compatível com o seu prazo médio de recebimento e prazo médio de pagamento. Lembrando que o ciclo financeiro é calculado da seguinte forma:
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional (PME + PMR) – Prazo Médio Pagamentos
Com um fluxo de caixa saudável, sua empresa pode sustentar suas operações e expandir seus negócios. Afinal, você precisa de liquidez para canalizar fundos para as prioridades estratégicas de sua média empresa.
Uma coisa a saber sobre o seu fluxo de caixa é: você não pode gerenciar o que não pode medir. A boa notícia é que hoje é possível utilizar tecnologia e automação para acompanhar o seu fluxo de caixa, permitindo a melhor tomada de decisão.
Fica muito mais fácil chegar ao destino correto se você sabe qual caminho está trilhando e consegue fazer ajustes de rota proativamente, não é mesmo? No ambiente empresarial, acontece o mesmo. Sem ter indicadores e dados que ajudem a acompanhar e a projetar seus resultados, será mais desafiador conquistá-los.
Por isso, uma boa administração financeira faz uso de demonstrativos (DREs, balanços e demonstrativos de fluxo de caixa, por exemplo) como seus instrumentos gerenciais. Isso porque esses demonstrativos são uma das mais importantes fontes de informações do “placar desse jogo”, as métricas econômico-financeiras sintetizam o desempenho da empresa e sua capacidade de atender aos acionistas e outros stakeholders do negócio.
Entretanto, é importante lembrar que eles devem ser somados a mais métricas que tragam também a perspectiva de valor para seus clientes finais, equipes e sociedade, tendo assim uma perspectiva ampla de geração de valor do negócio.
E então, pronto para otimizar sua administração financeira com esses pontos de atenção? Para ver mais conteúdos como esse, assine a newsletter de nosso blog e receba atualizações diretamente em seu e-mail.
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